sábado, 9 de agosto de 2008

Cactos e Flores (By Ju)


Isso tudo é uma mistura de um monte de vontade de recomeçar a escrever, um monte de besteiras que me vieram à mente nesses últimos dias e uma melancolia filha da puta que Casillero me traz.

Bom, eu estava pensando aqui comigo sobre a banalidade (ou não) do tema desta postagem: se Rubem Alves (não que eu pudesse me comparar a ele, mas poderia comparar a minha justificativa para escrever com a dele - essa é a questão) escreveu um livro chamado “Ostra Feliz Não Faz Pedras”, cujo tema é “não ter tema e escrever todas as pequenas idéias que lhe vêm à mente” – e é muito bom por sinal -, por que eu não posso falar sobre cactos e flores?

Até porque há uma lógica muito boa em escrever sobre cactos e flores. E uma lógica muito boa em escrever tudo que lhe vêm...

Tudo começou quando Aline recebeu um cacto de presente do Guilherme. Um cacto. Um cacto parece ser frio, à primeira vista, como a palavra “cacto”, já percebeu? É como se quando a garganta soltasse o “ca”, ela ficasse com nojo e quisesse terminar logo a palavra com “to”, mas o “qui” ( c ) do meio era pra dar um charme de pretendente a burguês. Assim. Cacto é uma coisa bem metida. Ele fica lá todo se achando o bom porque não tem as mesmas necessidades das outras plantas, bebe menos água, tem aquela postura ereta e coisa e tal. E outra: presentear alguém com o cacto é uma coisa bem pretensiosa, visto que quando se presenteia alguém você não deve pensar em si próprio (se bem que eu adoro presentear...), mas sim na satisfação do receptor. E as pessoas "normais" se encantam mais, à primeira vista, com presentes comuns. Além disso, ao dar um cacto, uma coisa tão, digamos, extravagante, eu arriscaria que o presenteador quisesse chamar a atenção da sociedade...basicamente. Pensei: “Por que não um chocolatinho em forma de coração”?

Mas isso tudo é senso comum.

Eu andei pensando... Por que as flores simbolizam coisas tão boas, meigas, etc? Porque sua beleza é fugaz. Ela morre rápido. Pegamos um amor-admiração a ela e logo ela morre e sofremos um bocado. O amor-admiração é explosivo (justamente por ser fugaz) e, por isso, nos aparenta tãaaaao bom ,meigo, etc. É legal presentear alguém com flores. É um gesto que se fosse falado seria “grandiloqüente”. Sinal de que temos amor-admiração grande por aquela pessoa e queremos demonstrar isso para o mundo (gente, um buquê de flores é grande, vai...), além de sua (das flores) beleza nos remeter uma certa idéia de sensualidade (e tudo, absolutamente TUDO é sexo – depois escrevo sobre isso). Flores é sexo porque são fugazes (o ato), há amor-admiração à beleza, há vontade de seduzir, há explosão de amor e admiração (e me recuso a fazer um parênteses explicativo sobre isso)...

E o cacto? O cacto é mais raro. O cacto é duradouro e não é tão bonito. E talvez sua postura imponente represente um amor-concreto e não só de admiração. Cacto seria o amor de verdade: duradouro, não é tão bonito (pois, como já dizia o poeta, amor é dor) e é muito mais raro, justamente por não ser tão bonito e pelo medo da coisa duradoura que as pessoas têm.

Isso significa dizer que o Cacto tem direito de se sentir mais importante que as outras flores, por representar (ao menos para mim) o amor concreto que é o mais nobre sentimento. O cacto tem direito de ser imponente e ereto, porque, assim como o amor, ele é original sempre... E, por isso, Guilherme, querido, eu admiro sua originalidade... ;)

Outra coisa que eu queria dizer era a lógica de escrever tudo que me vem. Bom, é o seguinte: tudo o que eu escrevi até agora não teve revisão, não teve brainstorm, não teve planificação de texto. Foi meu, na essência. Eu não ganho nada com isso mesmo e tenho vontade de escrever porque me faz sentir mais livre. Além disso, escrevendo, conservo minhas memórias (às vezes os pensamentos são bons e me fogem porque não tenho uma caneta à mão) e eu sou vaidoooooosa pra chuchu. E é por isso que há uma lógica. Minha lógica. Minha vontade. Minha vontade de que minha vontade seja lógca... Cactos e flores...

Iiii, parei.

Boa noite!

=)

4 comentários:

Rafaela Eisenlohr disse...

Amei, escreva sempre. Isso é um dom (mixed with lots of studying, of course)... Escreve sobre sexo, sempre. Adoro ler seus textos sobre whatever. Vc escreve bem sobre tudo. Sucesso, beijos. Te amo, tô com saudades.

Unknown disse...

Ahh que fofo... to querendo um cacto!
bjoo Ju.. que bom q vc tá no direito, pq te adoro... mas vc daria uma jornalista perfeita, vc escreve muito bem!!

Unknown disse...

lindo seu texto ju...
continue escrevendo idéias que surgem do nada... é sempre bom ler..
to com saudades.
te espero em vitória!
beijoss

Sybille disse...

Ju,

Sou amiga da Ana e disse-lhe que leria tudo aqui, porque eu tenho um blog, e ela me mostrou este.
Cheguei sem expectativas, como um curioso que ve um aglomerado de gente e nao imagina o que acontece, simplesmente vim.
Surpreendi-me. Quero ler todo o resto agora! Muito bem escrito, muito gostoso de ler! Parabens!

(Eu tambem quero um cacto, Ana!) =]

Sybille